O G20, ou Grupo dos 20, é um dos eventos internacionais mais relevantes do mundo, reunindo as maiores economias globais para discutir temas como crescimento econômico, mudanças climáticas e estabilidade financeira.

Em um marco histórico, o Rio de Janeiro foi escolhido como sede de uma das próximas reuniões do G20. Este acontecimento promete atrair atenção global para a cidade, gerando impactos econômicos, sociais e logísticos significativos.

Neste artigo, vamos explorar como o Rio de Janeiro está se preparando para receber esse evento, destacando a logística envolvida e como setores locais, como transporte e serviços, desempenham um papel crucial no sucesso da iniciativa.

Preparativos para o G20 no Rio de Janeiro

Receber um evento da magnitude do G20 exige um planejamento minucioso em diversas frentes, incluindo segurança, infraestrutura e transporte. Com a presença de chefes de Estado, ministros e delegações de mais de 20 países, o Rio de Janeiro precisará garantir a mobilidade e a segurança de todos os participantes.

Logística de Transporte no RJ

A mobilidade urbana será um dos maiores desafios durante o evento. As delegações, jornalistas e equipes de apoio precisarão de meios de transporte eficientes para se deslocarem entre aeroportos, hotéis e locais de reunião. Nesse contexto, empresas de transporte local assumem um papel essencial.

Empresas de aluguel de ônibus no RJ, por exemplo, já estão se preparando para atender à alta demanda por veículos de grande porte, garantindo transporte confortável e seguro para grupos e equipes internacionais. Esses serviços são fundamentais para conectar pontos estratégicos da cidade, como o Aeroporto Internacional Tom Jobim, a Zona Sul e o Centro, onde provavelmente ocorrerão os encontros.

Além disso, a logística também requer soluções rápidas e confiáveis em caso de emergências, como veículos que necessitem de assistência mecânica. Empresas especializadas em reboque no RJ serão cruciais para garantir que as vias principais permaneçam desobstruídas durante o evento. Esse suporte é indispensável para evitar atrasos e congestionamentos em uma cidade já conhecida por seus desafios de trânsito.

Oportunidades Econômicas e Visibilidade Global

O impacto econômico do G20 no Rio de Janeiro será significativo. Estima-se que o evento atraia milhares de visitantes, incluindo representantes governamentais, empresários, jornalistas e turistas. Isso gera um efeito cascata em diversos setores:

  1. Hotelaria e Turismo: Hotéis na Zona Sul e no Centro já estão se preparando para um aumento na taxa de ocupação.
  2. Serviços de Transporte: Empresas locais de aluguel de ônibus no RJ terão uma oportunidade única de expandir seus negócios, oferecendo serviços personalizados para atender às delegações estrangeiras.
  3. Infraestrutura Urbana: Investimentos em melhorias na cidade, como reformas de vias e modernização de espaços públicos, deixarão um legado duradouro para os moradores.

Além disso, o evento coloca o Rio de Janeiro no centro das atenções internacionais, destacando a capacidade da cidade de sediar eventos de grande porte e abrindo portas para futuros investimentos estrangeiros.

Desafios e Soluções para o Trânsito no RJ Durante o G20

O trânsito do Rio de Janeiro é um ponto crítico que demandará estratégias especiais durante o G20. Para minimizar os impactos na mobilidade urbana, espera-se a implementação de medidas como:

  • Interdições temporárias: Áreas próximas aos locais das reuniões poderão ser bloqueadas para garantir a segurança.
  • Rotas alternativas: Empresas de transporte, incluindo serviço de aluguel de ônibus no RJ, precisarão planejar itinerários flexíveis para atender às delegações e ao público local.
  • Serviços de Reboque: A atuação de empresas de reboque no RJ será essencial para liberar vias em caso de emergências, garantindo fluidez no trânsito.

Por que o G20 no Rio é um Marco Importante?

Receber o G20 é mais do que uma oportunidade econômica; é uma chance de mostrar ao mundo a resiliência e a capacidade organizacional do Brasil. O Rio de Janeiro, com sua beleza natural e cultura vibrante, é o palco perfeito para demonstrar como uma cidade pode aliar tradição e modernidade em um evento de relevância global.

Conclusão

O G20 no Rio de Janeiro representa um momento histórico para a cidade, trazendo desafios e oportunidades em igual medida. Setores como transporte e infraestrutura desempenharão papéis cruciais no sucesso do evento.

Empresas locais, como as de reboque na Barra da Tijuca 24h e aluguel de ônibus no RJ, estão se posicionando para atender à demanda crescente, contribuindo para a logística e a mobilidade que garantirão a realização tranquila do encontro.

Com uma preparação eficiente, o Rio de Janeiro tem tudo para brilhar no cenário internacional, deixando um legado positivo para seus moradores e para o Brasil como um todo.

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Data: 13/10/2014
Autor(es): Herton Escobar

Acordo internacional sobre acesso aos recursos genéticos e repartição de benefícios da biodiversidade já teve adesão de 54 países; ratificação pelo Brasil está parada no Congresso desde 2012

Veneno de jararaca: exemplo de um recurso genético da biodiversidade brasileira que já deu origem a fármacos importantes.

O Protocolo de Nagoya, acordo internacional que regulamenta o uso de recursos genéticos da biodiversidade, entrou em vigor ontem (dia 12) sem a participação do Brasil.  Ou seja: o país com a maior biodiversidade do planeta está fora do acordo que ele mesmo ajudou a forjar, em 2010, e que é considerado de grande importância para a valorização, proteção e conservação de sua riqueza biológica.

A entrada em vigor do protocolo foi oficializada ontem em Pyeongchang, na Coreia do Sul, pela 12a Conferência das Partes (COP 12) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas, que reúne 194 países.  Hoje, na sequência, teve início a primeira Reunião das Partes do Protocolo de Nagoya, com a participação de 54 países que já ratificaram o acordo, incluindo uma série de países megadiversos (como Índia, Indonésia, Madagascar e Quênia), assim como países industrializados (incluindo Espanha, Suíça, Noruega e a União Europeia).  Veja a lista completa aqui: http://goo.gl/eWNDDP

A reunião dará início às discussões oficiais sobre a implementação do protocolo.  “O fato de o país com a maior biodiversidade do mundo não poder participar dessas discussões é um desastre”, disse ao Estado o pesquisador Carlos Joly, em julho, quando foi anunciado pela CDB que o protocolo havia obtido as 50 ratificações necessárias para entrar em vigor (veja reportagem completa aqui: http://goo.gl/P0fge5). O Ministério do Meio Ambiente afirmou na ocasião que “o governo federal fez tudo que era possível para convencer o Congresso a ratificar Nagoya”, mas não obteve sucesso.  O projeto de ratificação do protocolo foi enviado ao Legislativo em junho de 2012, às vésperas da Rio+20, mas praticamente nada foi feito com ele desde então.

O projeto de lei que trata do mesmo assunto (PL 7735), propondo a criação de regras nacionais de acesso e repartição de benefícios, também enfrenta dificuldades para avançar no Congresso.

Tanto o protocolo internacional quanto o PL nacional visam a regulamentar o acesso de pesquisadores aos recursos genéticos da biodiversidade e estabelecer regras para a repartição de benefícios, quando as pesquisas baseadas nesses recursos resultarem em algum produto comercial (por exemplo, medicamentos ou cosméticos desenvolvidos com base em genes ou proteínas de plantas e animais).  Ambos são de extrema importância para o avanço da biotecnologia no Brasil e para proteger os direitos de comunidades tradicionais, que muitas vezes contribuem com seu conhecimento para o desenvolvimento das pesquisas.

13 outubro 2014 | 17:38

Fonte: Agência Estado

As notícias reproduzidas pelo Radar Rio +20 têm o objetivo de oferecer um panorama do que é publicado diariamente no Brasil sobre a Conferência e seus temas e não representam posicionamento das instituições parceiras do projeto. Organizações e pessoas citadas nessas matérias que considerem seu conteúdo prejudicial podem enviar notas de correção ou contra-argumentação para serem publicadas em espaço similar e com o mesmo destaque das notícias em questão.

Data: 08/10/2014
Autor(es): Renato Morgado

Folha Empreendedor Social

O Brasil tem avançado na criação de instrumentos relacionados ao acesso à participação, à informação e à justiça nas questões ambientais.  A existência de conselhos de meio ambiente, a aprovação da lei de acesso à informação e a criação de promotorias especializadas são alguns exemplos de avanços legais, políticos e institucionais, que buscam a efetivação da democracia ambiental em nosso país.

Apesar disso, ainda são frequentes os processos decisórios sobre projetos, políticas, obras de infraestrutura, entre outros, sem a efetiva transparência e participação da sociedade, ou sem contar com o efetivo acesso à justiça e o cumprimento da legislação ambiental.  Tais lacunas resultam em processos de tomadas de decisões que causam conflitos e injustiças ambientais, afetando a qualidade ambiental e a população, em especial, os grupos mais vulneráveis.

Fica, assim, evidente a necessidade de novas ações e estratégias que permitam o aprofundamento democrático e que consolidem e coloquem em prática os instrumentos já previstos no quadro legal e institucional brasileiro, mas que ainda não foram satisfatoriamente implementados.

Um novo impulso em relação à democracia ambiental pode ser dado no Brasil e na região com a construção de um acordo entre os governos da América Latina e do Caribe.  Atualmente, 18 países, incluindo o Brasil, assinam declaração conjunta, elaborada durante a Rio + 20, com o objetivo de construir um acordo regional para implementar o Princípio 10 e aprofundar a troca de experiências sobre o tema.

O Princípio 10 é parte da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, documento final da ECO92, e define o compromisso dos governos em garantirem o acesso à participação, à informação e à justiça nas questões ambientais.  Trata-se do mais relevante marco que define a importância e a interrelação entre democracia e sustentabilidade ambiental.

Além de avanços em nível nacional e em governos locais e regionais, o Principio 10 já inspirou diferentes iniciativas e acordos internacionais, com destaque para as Diretrizes de Bali, documento aprovado pela ONU com orientações para a elaboração de legislação nacional sobre o tema, e a Convenção de Aarhus, entre os países da Europa.

O processo de construção do acordo regional conta com o apoio da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) e tem avançado desde seu lançamento há dois anos.  Já foram realizados encontros específicos e aprovados documentos com consensos sobre os desafios comuns e o caminho a ser trilhado para a construção de um acordo regional.  O processo está em um momento de tomada de decisões importantes, o que inclui os temas que farão parte do acordo e a natureza do mesmo.

Com o objetivo de difundir o processo, que ainda segue pouco conhecido pelos cidadãos e pelas organizações da sociedade civil brasileira, nós do Imaflora, a ONG Artigo 19 e outros parceiros, temos facilitado encontros presenciais e virtuais sobre o tema.  Como resultado foram elaboradas duas cartas, uma para a Cepal e outra para o governo brasileiro, com propostas e posicionamentos.  Os documentos foram assinados por 26 entidades, dentre organizações ambientalistas, fundações, redes, organizações de promoção de transparência e acesso à informação e entidades de advogados e promotores da área ambiental.

Uma das questões apontadas é a posição favorável e um acordo vinculante, ou seja, que obrigue os Estados signatários a cumprirem as diretrizes e as ações que serão definidas.  Essa compreensão é compartilhada por diferentes organizações sociais da América Latina, mas ainda não é consenso entre os governos, incluindo o governo brasileiro, que não apresentou posição sobre o assunto até o momento.

A carta enviada ao governo brasileiro sugere ações para que o processo de construção do acordo seja mais difundido e que existam canais de participação na definição das posições do Brasil sobre o tema, o que até agora não vem ocorrendo na intensidade necessária.

Em suma, a construção de um entendimento regional sobre o Princípio 10 pode significar um importante avanço para uma governança ambiental efetivamente transparente, participativa e com garantia de direitos.  Dada a relação intrínseca entre democracia e conservação ambiental, tal evolução colocará o Brasil e os demais países da região em um rumo mais sustentabilidade e a justiça ambiental.  Trata-se de uma oportunidade que não podemos perder.

RENATO MORGADO é coordenador de projetos do Imaflora, Gestor Ambiental e mestre em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo.  Atua em projetos e atividades voltadas ao fortalecimento da participação da sociedade civil nas políticas públicas e à criação de instrumentos de transparência e controle social.

07/10/2014 17h27

Fonte: Folha Online

As notícias reproduzidas pelo Radar Rio +20 têm o objetivo de oferecer um panorama do que é publicado diariamente no Brasil sobre a Conferência e seus temas e não representam posicionamento das instituições parceiras do projeto. Organizações e pessoas citadas nessas matérias que considerem seu conteúdo prejudicial podem enviar notas de correção ou contra-argumentação para serem publicadas em espaço similar e com o mesmo destaque das notícias em questão.

A notícia de hoje é sobre instalação de rede de proteção RJ. Quem mora em apartamento ou mesmo em casa sabe que uma coisa não pode faltar nas janelas: a rede de proteção. Artigos considerados redundantes por alguns, a rede de segurança pode significar a diferença entre a vida e a morte em uma casa com crianças ou animais de estimação.

Parece um pouco excessivo para você? Nem tanto quando você pensa no número de acidentes que são registrados em locais onde este equipamento de proteção não está instalado.

Para mostrar que rede de segurança não é luxo, é Lei Se necessário, preparamos um texto com dez motivos para você ter este artigo em casa. De uma chance.

1. Proteção à Família

Pode parecer um clichê, mas você sabia que colocar uma rede de segurança em sua casa aumentará a sua segurança e a de sua família? Sim, e isso também pode ser sentido em lares sem filhos, afinal, pensamos em redes que vêm à mente quase que automaticamente.

Como disse, a rede de segurança também garante a segurança dos adultos, pois podem acontecer acidentes na limpeza de janelas ou mesmo na decoração deste objeto de decoração.

E algo assim acontece, ao contrário do que se possa imaginar, com pessoas de todas as idades, sejam jovens ou mais velhas.

2. Proteção do animal de estimação

Pessoas que têm animais de estimação não podem adiar a colocação de redes de segurança em casa, pois o animal poderá se envolver em um acidente ou coisa pior.

E não nos tratamos apenas de gatos, conhecidos fugitivos que adoram explorar a vizinhança. Mesmo sem rede, os cães podem cair em apartamentos.

E os pássaros podem fugir ou até mesmo ficar presos. Para evitar dores de cabeça com a sua mascote, investir em malha de proteção é uma boa opção. E vai te ajudar a dormir muito mais pacificamente.

3. Avalie o imóvel

Você sabia que um apartamento com rede de segurança instalada vale mais no final das contas do que um que não tem? tem esse equipamento?

Isso porque a rede deixa a casa mais bonita e segura, pois é visualmente mais agradável olhar para um local como este onde este item está instalado e também deixa uma sensação de segurança.

A avaliação também é importante se você deseja vender o imóvel no futuro. Quanto mais melhorias forem feitas, maiores serão suas chances de aumentar sua receita.

4.Belezar a área

Já falamos sobre como ter uma rede de segurança torna a casa bonita por fora. Agora você sabia que este artigo torna o lugar aconchegante mesmo se você olhar para dentro?

Isso porque um apartamento com tela dá aos moradores uma maior sensação de segurança,
ou porque você sabe que raramente acontecerá, pois também reduzirá as chances de alguém entrar em sua casa. Mas falaremos sobre isso um pouco mais tarde.

5. Durabilidade

Você sabia que as redes de segurança não são descartáveis? Isso mesmo, tendem a durar muito tempo, o que justifica o investimento sua compra.

E porque eles não requerem manutenção complicada, manter os dispositivos balanceados em casa se torna mais fácil.

Você gostaria de um exemplo? Apartamentos com redes de segurança pretas. Basta fazer uma limpeza leve aqui e toda a sujeira vai embora. E o equipamento permanece intacto por muito tempo. Sem custos adicionais.

6. Custo-benefício

Um argumento daqueles que se opõem à compra de redes de segurança é o preço. Essas pessoas tendem a dizer a engrenagem. Isto é verdade. Apenas se você olhar apenas para o valor do produto.

Isso porque quando pensamos em todos os benefícios que temos em instalar este equipamento, esse custo vai embora o que o torna extremamente torna benéfico.

7. Proteção contra entrada de animais

Pode parecer um pouco estranho, mas você já imaginou acordar e encontrar um morcego em sua casa? É possível para quem mora em apartamentos sem rede.
Com o equipamento de proteção, não acontece agora que eles estão
bloqueados.…

Data: 06/10/2014
Autor(es): por Samyra Crespo*

Sociedade

Em 2006 a ONU contou ao mundo uma novidade: o Planeta Terra do ponto de vista de sua população tornara-se urbano, com mais de 50 % dos indivíduos morando em cidades, optando pelo estilo de vida urbana.  No Brasil os cientistas e demógrafos sustentam que o Brasil já possui 80% de sua população em cidades.  Quando essa novidade surgiu os estudiosos e militantes do campo de forças do Desenvolvimento Sustentável (ambientalistas, gestores e tomadores de decisão públicos e privados, além de cientistas e formadores de opinião diversos) adquiriram a certeza de que os desafios do desenvolvimento que amplia metas de sustentabilidade vão ocorrer no cenário das cidades.

Além da certeza de que as sociedades humanas estarão vivendo cada vez mais concentradas em aglomerados urbanos, a população do Planeta vai estar na casa dos 9 bilhões em 2030, colocando uma pressão cada vez maior sobre a produção de alimentos, sobre os recursos naturais e sobre toda a sorte de bens de consumo.  O binômio rural-urbano se faz aqui de suma importância e a escalada da agricultura sustentável é uma estratégia competitiva entre os países produtores de alimento.  Mercados altamente regulados por barreiras internacionais não tarifárias, certamente vão empurrar esta frente para um alto desenvolvimento tecnológico “verde”.

O crescimento exponencial do consumo nos últimos 50 anos é atestado por vários relatórios específicos publicados pela ONU (2008 e 2011); mostram que o consumo global aumentou em seis vezes o volume verificado entre 1960 e 1980 e dez vezes entre 1980 e 2000.  A erosão do mundo socialista e as políticas de combate à pobreza intensificaram o consumo, criando empresas verdadeiramente globais como a Coca-Cola, a Nestlé e outras de igual porte, além de gigantes do varejo como o Walmart com presença em todos os continentes.  Nesta cadeia global do consumo, verificam-se políticas governamentais insuficientes, com foco mais na segurança do consumo, ou nos direitos dos consumidores, e estratégias comerciais capitalistas que utilizam instrumentos avançades de marketing e de associações identitárias, transformando o consumo não só num tema da economia mas da cultura e das tendências de comportamento ético.

Em pauta desde 1992, com a Agenda 21 Global, o tema do consumo foi avaliado em 2002 (Conferência que avaliou a evolução da pauta do desenvolvimento sustentável 10 anos pós RIO-92) como um tema que não tinha avançado.  De lá para cá poucos foram os países que realmente elaboraram planos nacionais de “Produção e Consumo Sustentáveis”.

O tema voltou à pauta dos governos com a RIO+20.  A Conferência de Cúpula da ONU, ocorrida no Brasil em 2012, mostrou alguns esforços no País que estão longe ainda de ocupar um lugar de destaque numa pauta prioritária de desenvolvimento.  Mas não ficamos mal na foto Mas destes, eu destacaria duas pela sua capacidade de revolucionar a cultura da sustentabilidade em nosso País, embora iniciativas vão nesta direção como desejamos colocar a s não debatem este tema crucial, pois tem rebatimento em quase todas as esferas daquilo que concebemos como qualidade de vida.

Seguir, sugerindo que as eleições e os programas de Governo que nos são apresentados colocou no centro da sua agenda a questão da produção e do consumo sustentável e uma série de políticas globais deverão ser engendradas nos próximos anos neste tema.

Os estudos mostram que os orçamentos dos indivíduos triplicaram no que se refere a gastos com bens de consumo na última década: ou seja, na cesta cada vez menos básica da classe média, mais itens são adicionados, mais parcelas de gastos são assumidas, fazendo o orçamento doméstico dos dias atuais ser incomparável com os orçamentos de vinte anos atrás.  Nesta adição frenética estão os bens de tecnologia (celulares e Tvs com tela de plasma puxando a fila), os alimentos processados industrialmente e cada vez mais “bens identitários” – grifes, marcas, produtos que desenham e diferenciam as personalidades dos indivíduos consumidores, na cena urbana do trabalho ao lazer.  “eu sou o que consumo”, ou “consumo, logo existo”.  O Jornal Valor Econômico divulgou que em 2013 foram gastos 1 trilhão de reais com bens de consumo não duráveis.

Consumo: problema e solução

A “explosão” do consumo no Brasil, potência econômica emergente ao lado da China, da Índia, África do Sul e da Coréia, entre outros, é conseqüência do seu desempenho econômico combinado com políticas exitosas de inclusão social que nos últimos 10 anos expandiram o mercado interno, aumentando significativamente o poder de consumo dos segmentos conhecidos como classes C, D e E. Em seus relatórios oficiais o Brasil assume que 19 milhões de pessoas foram incluídas na economia de mercado, saindo da linha da pobreza e que 34 milhões ascenderam à chamada “nova classe média” – a classe “C”.  Os documentos oficias afirmam que nossa classe média já contabiliza 100 milhões de pessoas.

A inclusão política só se completa com a inclusão econômica.  Incluir no círculo do consumo é o lado luminoso da moeda.  O lado mais opaco é o efeito dessa inclusão, os impactos que gera no ambiente e na própria sociedade, e como lidamos com eles.

A questão não é reduzir o consumo, mas como consumir e como lidar com os efeitos colaterais do consumo, tais como o crescente descarte de resíduos e a necessidade de reciclar, para poupar matéria prima e energia.

Mudanças de hábitos e de comportamentos por parte de indivíduos e instituições é um tema que deverá traduzir-se em políticas e programas de …

Data: 26/09/2014

Novas tecnologias podem promover cidades mais sustentáveis através de melhor distribuição e consumo de energia, sistemas de transporte, gestão de água e a eliminação de resíduos.

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) vão conduzir as estratégias de desenvolvimento sustentável a um novo alcance, afirmaram os participantes da 4º Semana Padrão Verde, organizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência especializada da ONU.

A edição deste ano aconteceu em Beijing, na China, entre os dias 22 e 26 de setembro, sendo a primeira realizada na região Ásia-Pacífico – que abriga mais da metade das megacidades do mundo e mais de 10 milhões de habitantes.  As cidades da região são poderosos motores de crescimento econômico; porém, sua inabilidade em conjugar o desenvolvimento de infraestrutura com o ritmo da urbanização vem maximizando a degradação ambiental.

A Semana Padrão Verde emitiu um novo chamado de ação para encarregar a UIT de promover cidades inteligentes e sustentáveis – favorecendo a distribuição e o consumo de energia, os sistemas de transporte, o gerenciamento de água e a eliminação de resíduos.  Para isso, foram sugeridas uma plataforma de discussão sobre regulamentação ambiental e um conjunto de indicadores-chave de desempenho, para que as cidades possam medir seus progresso na integração das TIC em colaboração com a indústria de energia.

As conclusões da Semana Padrão Verde vão ao encontro das visões desenvolvidas e apoiadas na Rio+20 e na Cúpula do Clima sobre as mudanças climáticas globais realizada em 23 de setembro deste ano em Nova York.

26 de Setembro de 2014 ·

Fonte: ONU

As notícias reproduzidas pelo Radar Rio +20 têm o objetivo de oferecer um panorama do que é publicado diariamente no Brasil sobre a Conferência e seus temas e não representam posicionamento das instituições parceiras do projeto. Organizações e pessoas citadas nessas matérias que considerem seu conteúdo prejudicial podem enviar notas de correção ou contra-argumentação para serem publicadas em espaço similar e com o mesmo destaque das notícias em questão.

Data: 26/09/2014

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura se unem para lançar um novo programa Sistema de Alimentação Sustentável.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAOassinaram memorando de entendimento para garantir maior apoio aos serviços ecossistêmicos essenciais para a segurança alimentar no mundo.  Conservação dos ecossistemas é fundamental para garantir as condições ideias para a produção de alimentos e o fornecimento de água, entre outros serviços.

“Ecossistemas saudáveis são a alma da segurança alimentar, especialmente nos países em desenvolvimento, onde muitas pessoas têm seu sustento ligado diretamente a terra, mares e oceanos”, disse o diretor executivo do PNUMA e subsecretário-geral da ONU, Achim Steiner.  “A FAO e o PNUMA trazem competências diferentes e complementares para uma parceria que tornará mais eficiente o nosso trabalho na restauração e na gestão sustentável de ecossistemas”, acrescentou.

O acordo formaliza a cooperação entre as duas agências, no contexto da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“Congratulo o excelente trabalho e a colaboração entre as equipes da FAO e do PNUMA, que mostram um alto grau de profissionalismo e entusiasmo em expandir nossa parceria”, afirmou o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.

O plano entre as organizações define quatro prioridades específicas.  A primeira, a implementação de um Programa de Alimentação Sustentável como parte do Programa-Quadro de 10 anos para Consumo e Produção Sustentáveis (10YFP), adotado pelos governos na Rio+20, por meio do Desafio Fome Zero do Secretário-Geral das Nações Unidas e de outras iniciativas.

Práticas para para manter e melhorar a sustentabilidade e a produtividade dos ecossistemas terrestres, aquáticos e marinhos, e garantir a sobrevivências das funções ecossistêmicas críticas também serão abordadas.

A parceria também contempla melhorar e garantir o acesso a dados, estatísticas e indicadores para monitorar o uso de recursos naturais e progressos para alcançar os ODS e disponibilizar informações e estudos que fortalecem a interface entre ciência e política.

Por último, a cooperação entre as duas agências da ONU oferece suporte comum para o desenvolvimento e implementação de instrumentos legais, especialmente aqueles que promovem mecanismos de governança que apoiem a dimensão social dos sistemas de alimentação sustentável e gestão de ecossistemas.

26 de Setembro de 2014

Fonte: ONU

As notícias reproduzidas pelo Radar Rio +20 têm o objetivo de oferecer um panorama do que é publicado diariamente no Brasil sobre a Conferência e seus temas e não representam posicionamento das instituições parceiras do projeto. Organizações e pessoas citadas nessas matérias que considerem seu conteúdo prejudicial podem enviar notas de correção ou contra-argumentação para serem publicadas em espaço similar e com o mesmo destaque das notícias em questão.

Data: 24/09/2014
Autor(es): Por Ana Luiza Farias * e Sergio Lamucci | Valor

Nova York – Questionada por jornalistas se seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), que destacou várias iniciativas do governo brasileiro, tinha sido um discurso de chefe de governo ou de candidata, a presidente Dilma Rousseff disse que manteve a linha de discursos anteriores, ressaltando as conquistas na área da redução da desigualdade e da pobreza.  “Meus quatro discursos na ONU são muito parecidos no sentido de eu falar que o Brasil reduziu a desigualdade, aumentou a renda e aumentou o emprego.  Isso é um valor que o mundo reconhece, é um valor para o Brasil e um valor para ser afirmado internacionalmente”, reforçou.

Na coletiva de imprensa após seu discurso na abertura oficial da 69ª Assembleia Geral do ONU, nesta quarta-feira, a presidente afirmou ter “um imenso orgulho, como chefe de governo”, dos avanços conquistados pelo País nos últimos 12 anos.  “Acho que uma parte do respeito que o Brasil tem no plano internacional decorre do fato de a gente ter feito isso”, disse, referindo-se à redução da desigualdade e à saída do Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO na sigla em inglês.  “Nenhum país ou nenhuma família respeita aqueles que chefiam o país ou a família que não melhoram a vida dos seus”, ressaltou.

A presidente destacou ainda a criação de empregos na economia brasileira nos últimos anos, “em um mundo que desemprega centenas de milhões de pessoas.  Só o G-20 está desempregando 100 milhões de trabalhadores”, lembrou.

* para o Valor 24/09/2014 14:00:19

24/09/2014 às 15h06

Dilma contesta legado ambiental de Marina

Por Sergio Lamucci e Ana Luiza Farias* | De Nova York

A presidente Dilma Rousseff rebateu ontem as críticas da ex-senadora Marina Silva (PSB) à política ambiental do governo, afirmando que os resultados de sua administração na área são “excepcionais” em termos internacionais.  “Marina deu a contribuição dela, mas o que é interessantíssimo é que os dados dela não são excepcionais”, disse Dilma, ao falar da gestão da rival á frente do Ministério do Meio Ambiente, onde ficou entre 2003 e maio de 2008.

Perguntada se fez mais do que Marina contra o desmatamento, a presidente respondeu que “se você falar em termos absolutos, sem dúvida que sim”.  “Agora, ela estava em uma trajetória, eu estou em outra”.  Dilma disse que, em 2013, o desmatamento ficou em 5.891 km quadrados, um número 79% inferior ao de 2004, mas 29% superior ao do ano passado.  “O que estou dizendo é que nós, ao contrário do que alguns dizem, fizemos cair o desmatamento.  Se ela [Marina] está dizendo que não caiu, ela está mentindo.”

Na entrevista, Dilma citou os dados de desmatamento em 2007 e 2008, de 11.651 km2 e 12.911 km2, quando Marina era ministra.  Em 2004, o número tinha sido de 27.772 km2.  A presidente afirmou que a meta de 3.925 km2, prevista para 2020, será atingida com tranquilidade.

“Eu quero saber onde está o retrocesso”, respondeu a presidente, ao ser questionada sobre as críticas de Marina de que há retrocesso na política ambiental.  Segundo ela, quem definiu voluntariamente reduções de 36% a 39% de emissões de carbono foi o meu governo e o do presidente Lula.  A decisão foi tomada em 2009, na conferência do clima de Copenhague, quando Marina já havia saído do governo.  A presidente também lembrou que houve uma redução de 650 milhões de toneladas de CO2 por ano entre 2010 e 2013.

Ela enfatizou também a importância do cadastro ambiental rural para a redução do ritmo de desmatamento, por facilitar que se perceba quem é o responsável pelo desmatamento.  “O Código Florestal permitiu isso, saber quem é proprietário, se não é o proprietário, quem é o posseiro.”

A presidente também disse que destacou a agricultura não por acaso, mas por causa “da lenda de que é contraditório proteger o meio ambiente e ter uma produção em expansão”.  “O que nós mostramos no Brasil é que isso não é contraditório.  Nós demonstramos que o lema da Rio+20 – crescer, incluir, conservar e proteger – é possível”, afirmou Dilma.

Dilma falou ontem pela manhã na Cúpula do Clima, evento que ocorre na véspera da Assembleia Geral da ONU.  Hoje, a presidente fará o discurso de abertura da assembleia.  (Ver mais sobre a Cúpula do Clima em: Reunião de clima tem promessas, mas avanço é incerto)

(* Para o Valor)

Dilma contesta legado ambiental de Marina

Por Sergio Lamucci e Ana Luiza Farias* | De Nova York

A presidente Dilma Rousseff rebateu ontem as críticas da ex-senadora Marina Silva (PSB) à política ambiental do governo, afirmando que os resultados de sua administração na área são “excepcionais” em termos internacionais.  “Marina deu a contribuição dela, mas o que é interessantíssimo é que os dados dela não são excepcionais”, disse Dilma, ao falar da gestão da rival á frente do Ministério do Meio Ambiente, onde ficou entre 2003 e maio de 2008.

Perguntada se fez mais do que Marina contra o desmatamento, a presidente respondeu que “se você falar em termos absolutos, sem dúvida que sim”.  “Agora, ela estava em uma trajetória, eu estou em outra”.  Dilma disse que, em 2013, o desmatamento ficou em 5.891 km quadrados, um número 79% inferior ao de 2004, mas 29% superior ao do ano passado.  “O que estou dizendo é que nós, ao contrário do …

Data: 12/09/2014

Entrevistas

“Precisamos construir instrumentos para um ciclo de incerteza”, adverte o pesquisador.

Entre os dias 03 e 14 de junho de 1992, a Conferência das Nações Unidas Sobre o Ambiente e o Desenvolvimento reuniu mais de uma centena de chefes de Estado para debater, propor e estabelecer metas que levassem em conta uma relação mais harmoniosa entre o homem e a natureza.  Um marco internacional para as discussões sobre ambientalismo, a Eco-92 (ou Rio-92, como também é conhecida) estabeleceu convenções importantes sobre o clima (Protocolo de Kyoto), a biodiversidade e a sustentabilidade (Agenda 21).

Vinte anos depois, uma nova conferência da ONU foi realizada no Rio de Janeiro, a Rio+20.

Para o pesquisador do Instituto Politécnico de Tomar (Portugal), Luiz Oosterbeek, no entanto, é “metodologicamente incorreto” comparar os dois eventos em termos absolutos.  Assim, mais do que avaliar se o novo evento foi tão representativo como o primeiro, é preciso entender: por que a Eco-92 falhou?  Afinal, “o mundo está inegavelmente pior em 2014 do que estava em 1992”.

Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, Oosterbeek reflete que há duas possibilidades para compreender esta falha: ou se considera que todos os agentes e governos são incompetentes e mal-intencionados, ou se assume que existe um erro teórico na primeira conferência.  “A Eco-92 ignorou uma dimensão fundamental: a divergência de interesses históricos das tradições culturais do planeta e o diferente entendimento que cada uma delas tem de palavras como sustentabilidade, sociedade ou ambiente.  O final do século XX ignorou as culturas e pensou que elas seriam engolidas pela globalização.  O século XXI está demonstrando, de forma muito dura, que isso foi um erro”.

Para o pesquisador, esta dimensão, por outro lado, foi reconhecida — mesmo que timidamente — pela Rio+20.  O evento foi bastante questionado por ter falhado em estabelecer metas mais arrojadas para o enfrentamento das questões ambientais.  No entanto, segundo Oosterbeek, acertou “ao colocar as pessoas no centro da sustentabilidade e ao assumir que, mais do que metas, precisamos acordar caminhos partilhados”.  E finaliza: “É pouco?  Sim.  Porém, é muito mais do que desejos generosos mas irrealistas”.

Luiz Oosterbeek é licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com doutorado em Pré-História e Arqueologia pela Universidade do Porto.  Atualmente é professor do Departamento de Território, Arqueologia e Patrimônio do Instituto Politécnico de Tomar, Secretário-Geral da União Internacional das Ciências Pré-Históricas e Proto-Históricas e Vice-Presidente de HERITY International; integrou a área de Ciência e Sociedade do programa CYTED.  É diretor do Museu de Mação e presidente do Instituto Terra e Memória.  É autor de diversas obras, entre elas Arqueologia, patrimônio e gestão do território (Erechim: Habilis Editora, 2007) e Arqueologia trans-atlântica (Erechim: Habilis Editora, 2007).

Luiz Oosterbeek estará participando do III Congresso Internacional de Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, a ser realizado em Belo Horizonte, nos dias 10 a 12 de setembro, na Escola Superior Dom Helder Câmara – ESDHC, organizado pelo Instituto Socioambiental Dom Helder.

Confira a entrevista.

Foto: 1.bp.blogspot.com

IHU On-Line – A Eco-92 é tida como um marco histórico nas discussões sobre a cultura socioambiental no cenário internacional.  Você acredita que a Rio+20 teve a mesma representatividade?  Por quê?

Luiz Oosterbeek – É sempre anacrônico, metodologicamente errado e, sobretudo, intelectualmente frágil, comparar em termos absolutos eventos extraídos de seus contextos.  A Eco-92 foi de fato um evento muito marcante, que culminou mais de duas décadas de crescente afirmação da chamada “agenda ambiental” e se beneficiou do otimismo, um pouco apressado e ingênuo, resultante da queda do Muro de Berlim.  A conferência cuidou de estabelecer metodologias e de estabelecer metas, considerando o planeta no seu todo.  Acertou bastante em algumas metodologias (especialmente a Agenda 21, mas importa lembrar que é depois de 92 que se generalizam os Ministérios de Meio Ambiente em todo mundo) e falhou em grande medida nas metas.

O que interessa hoje é perceber o porquê desta falha, pois o mundo está inegavelmente pior em 2014 do que estava em 1992.  E aqui ou se considera que todos os agentes e governos são incrivelmente mal-intencionados ou incompetentes, ou se assume que talvez existisse um erro teórico na Eco-92, que aliás já estava na formulação anterior do chamado “tripé da sustentabilidade”.  Na minha opinião, a Eco-92 ignorou uma dimensão fundamental: a divergência de interesses históricos das tradições culturais do planeta e o diferente entendimento que cada uma delas tem de palavras como sustentabilidade, sociedade ou ambiente.  O final do século XX ignorou as culturas e pensou que elas seriam engolidas pela globalização.  O século XXI está demonstrando, de forma muito dura, que isso foi um erro.  A Rio+20 teve um mérito: reconheceu a dimensão cultural, ainda que de forma tímida, ao colocar as pessoas no centro da sustentabilidade, e ao assumir que, mais do que metas, precisamos acordar caminhos partilhados.  É pouco?  Sim.  Porém, é muito mais do que desejos generosos mas irrealistas.  “Não há um paradigma, há vários em conflito, e infelizmente os que parecem ter mais força agora são os paradigmas anteriores aos acordos do pós-2ª Guerra”

IHU On-Line – O grande tema da conferência era “Que futuro queremos?”.  No entanto, sem a adesão dos Estados Unidos e com a supressão de metas mais polêmicas, quais indicativos são possíveis de se estabelecer?

Luiz Oosterbeek – Sobre a questão das metas creio já ter deixado claro que não as considero o mais importante nesta fase, que é uma …

Data: 08/09/2014
Autor(es): Profa. Patricia Almeida Ashley, Colunista de Plurale (*)

Entre 24 de setembro a 7 de outubro de 2014 ocorrerá, em Nova York, a 69ª Assembléia Geral dos Países Membros da ONU, ocasião em que será consolidada, discutida e votada a redação final de proposta de objetivos e metas de desenvolvimento sustentável – ODS – na Agenda Global de Desenvolvimento Pós-2015.

Para a implementação dos ODS, gostaria de levantar a questão do alinhamento e atualização de políticas e marcos regulatórios nas escalas nacional e subnacional no âmbito da responsabilidade pública do Estado e de Governos para promover coerência das condições legais autorizativas e modificação de regras e normas que possam gerar obstáculos para o alinhamento dos objetivos globais de desenvolvimento sustentável e possíveis interesses e planos de desenvolvimento nacional e subnacional.

Há marcos legais atuais, ou que venham a ser propostos, ou que estejam em discussão no Congresso que precisam ser verificados quanto ao seu alinhamento e coerência com os compromissos a serem assumidos pelo Brasil junto aos Objetivos e Metas de Desenvolvimento Sustentável que possam ser contraditórios com o processo de elaboração e implementação da Agenda Global Pós-2015.

Para ilustrar essa inquietação (que é objeto de pesquisas em andamento) que tenho sobre marcos legais não alinhados com os conceitos e objetivos do desenvolvimento sustentável, lembro-me da proposta de novo marco legal da mineração que está em Comissão Especial de Mineração na Câmara dos Deputados e que considera a possibilidade de uma instância de participação social – o Conselho Nacional de Política Mineral – mas que não inclui o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama e o ICMBio como membros para a sua composição.  Vejam no texto Substitutivo apresentado em novembro de 2013 pelo Relator Deputado Federal Leonardo Quintão (PMDB/MG) que propõe a seguinte composição para o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), sem citar órgão específico que trate da conciliação da política mineral com as políticas ambientais:

Parágrafo único.  Ato do Poder Executivo federal definirá a composição e a forma de funcionamento do CNPM, que incluirá representantes:

I – do Ministério de Minas e Energia;

II – do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação;

III – do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

IV – do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária;

V- do setor tecnológico;

VI – do setor acadêmico;

VII – das organizações da sociedade civil;

VIII – dos trabalhadores na mineração;

IX – do setor produtivo;

E o mais incrível é que a proposta de Projeto de Lei preparado inicialmente no âmbito do Ministério das Minas e Energia e enviado pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo em 2013, inicialmente em regime de urgência, era muito mais tímida em discussão ambiental do que a proposta apresentada pelo relator Dep Leonardo Quintão.  Vejam como era a composição proposta para o Conselho Nacional de Política Mineral no PL 5807/2013, que “Dispõe sobre a atividade de mineração, cria o Conselho Nacional de Política Mineral e a Agência Nacional de Mineração – ANM, e dá outras providências”, ao especificar apenas um Parágrafo Único no art.  22 que delega ao Poder Executivo a autoridade de definir a composição do CNPM.  Ou seja, foi gestada uma proposta de marco legal anacrônica após a Rio+20 em 2012 e enviada em 2013 e desconsiderando a discussão global sobre desenvolvimento sustentável.  Aos que queiram estudar mais sobre o assunto, vejam o link da Comissão Especial de Mineração na Câmara de Deputados em http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/54a-legislatura/pl-0037-11-mineracao

Creio que um dos desafios a serem refletidos sobre a questão que proponho é a não valorização dos ODS no cotidiano da pauta de arenas políticas que contribuam efetivamente para a disseminação e incorporação de conteúdos sobre desenvolvimento sustentável, integração e alinhamento de políticas públicas e a qualificação (formação de capacidades coerentes) tanto do Poder Executivo como do Poder Legislativo no âmbito federal para que possam pelo menos alinhar as políticas nacionais em relação à Agenda Global Pós-2015.

Há um estudo feito pelo Ministério do Meio Ambiente sobre quais políticas nacionais no Brasil contribuiram para a Agenda 21 Brasileira, muito interessante e bem na linha do que estou propondo reflexão do GTI e de colegas da Consulta Pública, que é ‘Agenda 21 Brasileira – Avaliação e Resultados’, publicada em 2012 e produzida pelo site do Ministério do Meio Ambiente e disponível publicamente nesse link.

Já na escala subnacional de políticas públicas, a articulação dessa escala com a escala nacional e a escala global da Agenda Global dos Objetivos e Metas do Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, o problema de alinhamento das políticas públicas com os ODS me parece muito complexo, a não ser que o fomento às políticas públicas subnacionais considerem desde o seu início a agenda global de desenvolvimento sustentável já pré-alinhada com os programas de políticas públicas do próximo Plano Plurianual 2016-2019.

Outro ponto é que o desenvolvimento sustentável é assunto de muitos mandatos, ou seja, não só de um mandato governamental em seus quatro anos ou em seu PPA de quatro anos.  Nesse sentido, o alinhamento de políticas públicas requer que agentes públicos, privados, academia e sociedade civil participem ativamente de um Plano Nacional que pelo menos contemple os 15 anos da Agenda Global de Desenvolvimento Sustentável.

Agora, lembrando que isso tudo é assunto que as Universidades dão conta do recado por meio de fomento do CNPq, CAPES e MEC (via PROEXT) e não precisam os órgãos do Governos Federal contratarem os consultores em licitações públicas executando …