Data: 24/09/2014
Autor(es): Por Ana Luiza Farias * e Sergio Lamucci | Valor
Nova York – Questionada por jornalistas se seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), que destacou várias iniciativas do governo brasileiro, tinha sido um discurso de chefe de governo ou de candidata, a presidente Dilma Rousseff disse que manteve a linha de discursos anteriores, ressaltando as conquistas na área da redução da desigualdade e da pobreza. “Meus quatro discursos na ONU são muito parecidos no sentido de eu falar que o Brasil reduziu a desigualdade, aumentou a renda e aumentou o emprego. Isso é um valor que o mundo reconhece, é um valor para o Brasil e um valor para ser afirmado internacionalmente”, reforçou.
Na coletiva de imprensa após seu discurso na abertura oficial da 69ª Assembleia Geral do ONU, nesta quarta-feira, a presidente afirmou ter “um imenso orgulho, como chefe de governo”, dos avanços conquistados pelo País nos últimos 12 anos. “Acho que uma parte do respeito que o Brasil tem no plano internacional decorre do fato de a gente ter feito isso”, disse, referindo-se à redução da desigualdade e à saída do Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO na sigla em inglês. “Nenhum país ou nenhuma família respeita aqueles que chefiam o país ou a família que não melhoram a vida dos seus”, ressaltou.
A presidente destacou ainda a criação de empregos na economia brasileira nos últimos anos, “em um mundo que desemprega centenas de milhões de pessoas. Só o G-20 está desempregando 100 milhões de trabalhadores”, lembrou.
* para o Valor 24/09/2014 14:00:19
24/09/2014 às 15h06
Dilma contesta legado ambiental de Marina
Por Sergio Lamucci e Ana Luiza Farias* | De Nova York
A presidente Dilma Rousseff rebateu ontem as críticas da ex-senadora Marina Silva (PSB) à política ambiental do governo, afirmando que os resultados de sua administração na área são “excepcionais” em termos internacionais. “Marina deu a contribuição dela, mas o que é interessantíssimo é que os dados dela não são excepcionais”, disse Dilma, ao falar da gestão da rival á frente do Ministério do Meio Ambiente, onde ficou entre 2003 e maio de 2008.
Perguntada se fez mais do que Marina contra o desmatamento, a presidente respondeu que “se você falar em termos absolutos, sem dúvida que sim”. “Agora, ela estava em uma trajetória, eu estou em outra”. Dilma disse que, em 2013, o desmatamento ficou em 5.891 km quadrados, um número 79% inferior ao de 2004, mas 29% superior ao do ano passado. “O que estou dizendo é que nós, ao contrário do que alguns dizem, fizemos cair o desmatamento. Se ela [Marina] está dizendo que não caiu, ela está mentindo.”
Na entrevista, Dilma citou os dados de desmatamento em 2007 e 2008, de 11.651 km2 e 12.911 km2, quando Marina era ministra. Em 2004, o número tinha sido de 27.772 km2. A presidente afirmou que a meta de 3.925 km2, prevista para 2020, será atingida com tranquilidade.
“Eu quero saber onde está o retrocesso”, respondeu a presidente, ao ser questionada sobre as críticas de Marina de que há retrocesso na política ambiental. Segundo ela, quem definiu voluntariamente reduções de 36% a 39% de emissões de carbono foi o meu governo e o do presidente Lula. A decisão foi tomada em 2009, na conferência do clima de Copenhague, quando Marina já havia saído do governo. A presidente também lembrou que houve uma redução de 650 milhões de toneladas de CO2 por ano entre 2010 e 2013.
Ela enfatizou também a importância do cadastro ambiental rural para a redução do ritmo de desmatamento, por facilitar que se perceba quem é o responsável pelo desmatamento. “O Código Florestal permitiu isso, saber quem é proprietário, se não é o proprietário, quem é o posseiro.”
A presidente também disse que destacou a agricultura não por acaso, mas por causa “da lenda de que é contraditório proteger o meio ambiente e ter uma produção em expansão”. “O que nós mostramos no Brasil é que isso não é contraditório. Nós demonstramos que o lema da Rio+20 – crescer, incluir, conservar e proteger – é possível”, afirmou Dilma.
Dilma falou ontem pela manhã na Cúpula do Clima, evento que ocorre na véspera da Assembleia Geral da ONU. Hoje, a presidente fará o discurso de abertura da assembleia. (Ver mais sobre a Cúpula do Clima em: Reunião de clima tem promessas, mas avanço é incerto)
(* Para o Valor)
Dilma contesta legado ambiental de Marina
Por Sergio Lamucci e Ana Luiza Farias* | De Nova York
A presidente Dilma Rousseff rebateu ontem as críticas da ex-senadora Marina Silva (PSB) à política ambiental do governo, afirmando que os resultados de sua administração na área são “excepcionais” em termos internacionais. “Marina deu a contribuição dela, mas o que é interessantíssimo é que os dados dela não são excepcionais”, disse Dilma, ao falar da gestão da rival á frente do Ministério do Meio Ambiente, onde ficou entre 2003 e maio de 2008.
Perguntada se fez mais do que Marina contra o desmatamento, a presidente respondeu que “se você falar em termos absolutos, sem dúvida que sim”. “Agora, ela estava em uma trajetória, eu estou em outra”. Dilma disse que, em 2013, o desmatamento ficou em 5.891 km quadrados, um número 79% inferior ao de 2004, mas 29% superior ao do ano passado. “O que estou dizendo é que nós, ao contrário do que alguns dizem, fizemos cair o desmatamento. Se ela [Marina] está dizendo que não caiu, ela está mentindo.”
Na entrevista, Dilma citou os dados de desmatamento em 2007 e 2008, de 11.651 km2 e 12.911 km2, quando Marina era ministra. Em 2004, o número tinha sido de 27.772 km2. A presidente afirmou que a meta de 3.925 km2, prevista para 2020, será atingida com tranquilidade.
“Eu quero saber onde está o retrocesso”, respondeu a presidente, ao ser questionada sobre as críticas de Marina de que há retrocesso na política ambiental. Segundo ela, quem definiu voluntariamente reduções de 36% a 39% de emissões de carbono foi o meu governo e o do presidente Lula. A decisão foi tomada em 2009, na conferência do clima de Copenhague, quando Marina já havia saído do governo. A presidente também lembrou que houve uma redução de 650 milhões de toneladas de CO2 por ano entre 2010 e 2013.
Ela enfatizou também a importância do cadastro ambiental rural para a redução do ritmo de desmatamento, por facilitar que se perceba quem é o responsável pelo desmatamento. “O Código Florestal permitiu isso, saber quem é proprietário, se não é o proprietário, quem é o posseiro.”
A presidente também disse que destacou a agricultura não por acaso, mas por causa “da lenda de que é contraditório proteger o meio ambiente e ter uma produção em expansão”. “O que nós mostramos no Brasil é que isso não é contraditório. Nós demonstramos que o lema da Rio+20 – crescer, incluir, conservar e proteger – é possível”, afirmou Dilma.
Dilma falou ontem pela manhã na Cúpula do Clima, evento que ocorre na véspera da Assembleia Geral da ONU. Hoje, a presidente fará o discurso de abertura da assembleia. (Ver mais sobre a Cúpula do Clima em: Reunião de clima tem promessas, mas avanço é incerto)
(* Para o Valor)
24/09/2014
Fonte: Valor Online
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